quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Mulheres que amam de menos


Eu quero dar meu depoimento. Creio ter um problema. Se mulheres que amam demais são aquelas que sufocam seus parceiros, que não confiam neles, que investigam cada passo que eles dão e que não conseguem pensar em mais nada a não ser em fantasiosas traições, então eu preciso admitir: sou uma mulher que ama de menos.

Eu nunca abri a caixa de mensagens do celular do meu marido.

Eu nunca abri um papel que estivesse em sua carteira.

Eu nunca fico irritada se uma colega de trabalho telefona pra ele.

Eu não escuto a conversa dele na extensão.

Eu não controlo o tanque de gasolina do carro dele para saber se ele andou muito ou pouco.

Eu não me importo quando ele acha outra mulher bonita, desde que ela seja realmente bonita. Se não for, é porque ele tem mau gosto...

Eu não me sinto insegura se ele não me faz declarações de amor a toda hora.

Eu não azucrino a vida dele.

Segundo o que tenho visto por aí, meu diagnóstico é lamentável: eu o amo pouco. Será?


Obsessão e descontrole são doenças sérias e merecem respeito e tratamento, mas batizar isso de "amar demais" é uma romantização e um desserviço às mulheres e aos homens. Fica implícito que amar tem medida, que amar tem limite, quando na verdade amar nunca é demais. O que existe são mulheres e homens que têm baixa autoestima, que tem níveis exagerados de insegurança e que não sabem a diferença entre amor e possessão.

Mas se todo mundo concorda que uma patologia pode ser batizada de "amor demais", então eu vou fundar As Mulheres que Amam De Menos, porque, pelo visto, quem é calma, quem não invade a privacidade do outro e quem confia na pessoa que escolheu pra viver também está doente.

Martha Medeiros

... e faço minhas as mesmas palavras, sem tirar nem por uma única vírgula!

Beijos ♥

16 comentários:

Patricia Daltro disse...

Eu também quero dar meu depoimento. Sou exatamente igual a você. Não é que não me importe, mas vivo numa relação que se alicerça na confiança mútua. Se um de nós começar a fazer quaisquer das coisas enumeradas acima, a confiança se findou e não há sentido ter uma relaçõa.
Não sei se somos mulheres que amamos de menos, acho que somos mulheres que SE amam primeiro e assim possuem relações mais sádias.
Beijos

Claudiene Finotti disse...

Oi Tays!

Já fui mais "cuidadosa" com e-mails do meu marido, telefonemas, etc, etc... mas sabe que acho que isso foi antes do casamento. Nunca abri carteira, nunca sequer lembrei de olhar quilometragem do carro, e assim por diante.
Eu e ele sempre moramos longe um do outro, não por nossa vontade, claro. Depois de cinco anos de casamento, tem agora seis meses que estamos morando na mesma cidade, com uma casa apenas. E agora mesmo ele tá em São Paulo, eu no interio de GO. Se fôssemos do tipo neuróticos não faríamos prá brigar e cobrar. Eu nem ligo. Se ele fala q tá no hotel, ótimo, que durma com os anjos. Se não estivesse, eu não poderia fazer nada...rs... Antes ligava, hoje nós dois estamos mais tranquilos e o casamento se estabilizou. É claro que se alguma coisa me irritar eu faço barraco mesmo, mas só entre nós dois, e tem que ser por alguma coisa concreta. Imaginação não.

Bjo grande em vc e nas crias, principalmente na fofucha!

Clau

http://claudiaaoextremo.blogspot.com/ disse...

Meu Deus mulher você mexeu num vespeiro ai ai ai ai ai....
Assunto delicado esse
Se a gente faz demais é neurótica,ciumenta,possessiva
Se faz de menos é por que não ama não se importa
O ideal seria encontrar o equilibrio assim como em tudo na vida
Acho que independe um pouco da pessoa tb
Por exemplo meu marido trabalha com eventos,shows e geralmente a noite...
Já fui inúmeras vezes com ele e ele super profissional cuidando do serviço,mas me assusta a quantidade de mulheres nas baladas,shows que se jogam literalmente em cima dos caras chega a ser assutador
E se continuar assim ,acredito que os homens é que vão começar a ficar neuróticos por que confiar em mulheres desse tipo vai ser complicado Os papéis se inverteram enquanto os homens estão mais sossegados, as mulheres estão a caça e muitas sem o menor pudor...

Luciana disse...

Essa do tanque de gasolina é nova pra mim, não conhecia, mas achei bem engracada.
Esse mulheres que amam demais é o título de um livro, acredito que vocë saiba, mas só pra constar que eu li. Então, o 'amo demais' não é dito como um amor positivo e o amor certo, mas o amor doentio, que nem chega a ser amor. A mulher que ama demais ama a ela própria de menos, ou melhor, não se ama e assim nem sem se amar não pode amar o outro.

Mas com relacäo a ciúmes, eu não sou ciumenta, mas inclusive acho que os ciúmes e isso de vigiar os passos do outro desconfiando dele é mais uma forma de controle do que de amor.

Interessante esse texto de Martha Medeiros, aliás, gosto muito do que ela escreve.

Beijo

Nane Regulle disse...

"A todos trato muito bem
sou cordial, educada, quase sensata,
mas nada me dá mais prazer
do que ser persona non grata
expulsa do paraiso
uma mulher sem juízo, que não se comove
com nada
cruel e refinada
que não merece ir pro céu, uma vilã de novela
mas bela, e até mesmo culta
estranha, com tantos amigos
e amada, bem vestida e respeitada
aqui entre nós
melhor que ser boazinha é não poder ser imitada."

Foi esse texto que "me apresentou" a Martha Medeiros, e esse que vc postou só me fez ter mais admiração pelo que ela escreve!!
Ah...e acho que amar de menos é ter a confiança de que somos amadas!!

Lindo dia a todas :D

Sônia Pb disse...

Eu também amo de menos, então........ e já estou casada há 25 anos...... e nunca fiz nenhuma dessas coisas.
bjs
Sônia

Cláudia Valéria disse...

Adorei a reflexão!!! E não acho que amamos de menos. Penso que "Amamos", ponto. Eu aprendi e vivi, com minha mãe e familila, que o amor liberta, não segura para si, confia, não tem "artimanhas". Amor cativa e por isto permanece.
Eu penso que quem policia, não confia e por isto não constroe uma relação de amor.

Rosana Garcia Hess disse...

estou com você...
kisses
Rosana

Welize disse...

Tays,

Pelo visto alem do scrap temos algumas outras coisas em comum...
Amoooo meu marido...estou com ele a 27 anos...essa semana constatei que estou mais tempo com ele do que estive com meus irmaos que eu amo de paixao...
Vivo deixando msg no msn tipo...vc e o melhor marido do mundo (que me perdoe os outros tantos )...mas ele... alem de marido...e meu amigo...companheiro...
Acho que esta ai a receita de dar certo...sou totalmente desligada dessas coisas..tipo ficar de olho nele...
Seus depoimentos sao demais e eu penso igualzinho...rsrsrs
bjs

Giuliana: disse...

Tays,

Martha Medeiros tem textos louváveis. =]

Ao ler, fui quase me encolhendo de vergonha por fazer algumas coisas, mas não com frequência e hoje ainda faço menos. Mas sou um tanto ciumenta, confesso (só ele que não pode ler isso...rs)! Porém, não chego ao ponto de me considerar doente ou possessiva, tudo que excede faz mal e eu não gosto.

Mas, de certa forma, ler este texto me fez refletir ainda mais.

Beijos

Taninha disse...

Você conhece minha história, né amiga?!?!?!
Eu nunca vou deixar de respeitar a individualidade, a privacidade de quem vive comigo. Tbm nunca fui de fuçar em nada prá ver se descubro alguma traição ou algo parecido. Porque quem procura cabelo em cabeça de careca sempre acaba encontrando alguma penugem perdida por ali. KKKKKKKKKKK Então não faço questão de ficar correndo atrás dessas coisas, que na verdade, só irão demonstrar insegurança da minha parte. Não que eu seja auto-suficiente - longe disso!!! Só acredito que não precisamos disso prá amar alguém. Mas vamos viver mais, aproveitar mais nossos relacionamentos, tanto com o marido, quanto com nossos amigos, filhos, amantes...
E nunca vou deixar de amar demaixxxxxxxxxxxxxxxxx por causa disso. Quem quiser que confie em mim, confie no meu amor... Falei!
Bjssssssssssss
Taninha

Anônimo disse...

Amiga, lindo texto e super me identifico!
Sou assim e nunca dei confiança pra homem mexer nas minhas coisas, desconfiar de nada.

Mesmo quando sinto um ciuminho leve, seguro minha onda. Mas respeito a individualidade dele e exijo o mesmo!

Beijo, beijo!

Marina disse...

Assino embaixo. Amar de verdade é deixar livre. Se a pessoa for embora, é porque não amava. E eu não quero estar com alguém que não me ama.

Ótimo texto, Tays. Acho que é a primeira vez que estou comentando aqui, mas já acompanho seu blog há mais de um ano. Beijos.

Andreia Lica disse...

Tays,

Confesso, já vivi os dois lados...Fui ciumenta demais, possessiva demais, ligava demais, nem eu me suportava, até que um dia perdi, sofrim, chorei e aprendi, hoje vivo mais leve, e com a mesma pessoa, eu acho que ele só voltou porque notou a diferença, nos casamos e semana que vem completamos 4 anos de casados. Hoje não faço mais nada disso, ligo quando estou com saudades e quero ouvir a sua voz, mas mexer em carteira? Olhar mensagens ou ligações do celular? Nunca mais..ainda bem, pq hoje em dia ele vive rodeado de mulheres...se eu não tivesse mudado nem sei como seria.

Acredito na individualidade e no respeito.

Hoje eu amo de menos...kkkkkkk

Bjão

Alessandra disse...

Oi... é isso aí.
Tbm não faço isso, uma vez apenas tive ciúme, mas é estranho nem amava a pessoa, acho que era pq eu sabia que ele não prestava e trouxa ninguém quer ser não é mesmo? Mas logo me livrei dele, meu marido não me dá motivos para eu ter ciúme, eu sei todas as senhas dele na net, ele sabe as minhas, tenho uns 2 amigos no msn (virtuais)desde antes de conhecê-lo e eles pemanecem lá, (eu e meu marido nos conhecemos pela net tbm) então não existe crise entre nós. Ele sai deixa o celular dele comigo, eu idem. Sem crise, ninguém esconde nada, todo mundo se respeita. Nosso combinado de família, meu dele e da Cacá: Ninguém mente nesta casa!! Quem quiser que me chame de trouxa, mas confio nele cegamente!!
Bjs

10 de fevereiro de 2011 16:12

Mariana Malagurti disse...

Tays. AMo de menos também. Não sou casada como você, então o negócio aqui é confiança. Se não tem confiança não vai nada pra frente. Não fico bisbilhotando, confio e ponto. (Nossa.. que papo sério.. esse blog faz milagres! uUAHAUh) beijosss