|
via Google Images |
Às vezes a vida da gente toma um rumo diferente daquilo que queremos, as coisas não acontecem como planejamos, a vida muda e a gente tem que mudar com ela, senão o sofrimento é muito grande, não adianta remar contra a maré, dar murro em ponta de faca, ou não querer aceitar. É perda de tempo, de energia... Foi assim que me senti há exatamente um ano atrás, quando depois de muita instabilidade e indecisão na empresa onde meu marido trabalha, fomos transferidos de Curitiba pra cá, há exatamente 1 ano atrás, esse horário,
minha mudança estava chegando e nós entrávamos na casa nova. Tinha vindo dois meses antes e sofrido, procurando casas pra alugar, matriculando as crianças na escola, olhando pra essa cidade e pensando...
como será? Não só nisso, mas em outras situações na minha vida também... que por incrível que pareça, perduram até hoje da mesma forma, coisas que eu queria ter o poder de mudar, coisas que eu queria que tivessem sido diferentes, pessoas que eu queria que também tivessem sido diferentes, momentos que eu queria não ter me decepcionado, momentos que eu queria ter sido diferente, mas enfim... isso eu também aprendi, cresci às custas de muitas lágrimas e sofrimento, aprendendo a ser mais sozinha. Aprendi que a gente tem que viver e fazer aquilo que depende de nós, e não viver de expectativas em relação à outras coisas e pessoas, aprendi que por melhor que sejamos pra pessoas que julgamos importantes, nem sempre isso terá o mínimo de valor, muitas vezes isso não fará a mínima diferença, e é preciso saber também lidar com isso, e eu não soube... e muitas vezes, eu ainda não sei...
Tudo isso acontecendo junto, me trouxe muita tristeza, ansiedade de me doer o peito, muitas lágrimas, uma sensação de impotência diante da vida, vi quase tudo que importava pra mim tendo que ser deixado pra trás, por motivos diferentes, mas sendo ainda assim, deixado pra trás... e eu continuei vivendo meu sofrimento, enxergando apenas o lado ruim da coisa, cultivando tudo aquilo que na verdade eu precisava era me desprender...
o que tudo isso me trouxe? Um prejuízo enorme pra minha saúde, depressão, tristeza, apatia, isolamento, 24 Kg a mais na balança e um quadro de stress preocupante... O que adiantou? Nada...
Estou há exatamente um ano aqui em Cambé/Londrina, e hoje eu paro e penso, nem foi tão ruim assim... rsrsrrssr. Hoje eu consigo aceitar com resignação e maturidade tudo que a vida me der, e olha, houveram semanas nada fáceis, essas últimas em especial foram cruéis... Que limão que nada, aqui a coisa vem é em limoeiros... rsrsrsrsr, mas venho tentando me manter fiel aos objetivos que tracei pra mim.
|
via Tumblr |
Esse ano foi muito importante, cresci na marra, meus valores e prioridades se inverteram tanto... em um ano, tudo mudou tanto! Eu mudei de cidade,
de casa (duas vezes), de trabalho, me adaptei a uma nova rotina, que eu achava que seria fácil e foi extenuante em todos os sentidos, físico, financeiro e emocional... em outros tempos, morreria abraçada com a minha teimosia, insistindo, mas crescer é também saber avaliar a própria vida, saber admitir que as escolhas feitas não foram as mais acertadas e principalmente, saber simplesmente ser humilde e dizer, errei e preciso mudar pra consertar, e olha, isso não é fácil não... é mais uma das minhas grandes lutas pessoais.
De tudo que aconteceu esse ano, sofri muito com algumas perdas
materiais muito significativas pra mim, valor sentimental mesmo, mas é passado,
não volta mais, já chorei o que tinha que chorar e FIM. A parte mais difícil de
tudo foram as inúmeras vezes que tivemos imprevistos de saúde, isso me apavora,
me tira do centro, me faz sentir impotente, me derruba... Temo pelos meus, me
sinto impotente e me corta o coração ver qualquer pessoa sofrendo por dor ou por
doença. Esse ano a Mariana e meu marido tiveram uma virose muito forte, que
rendeu quase uma semana de repouso, com muito vômito, diarréia, dores pelo corpo
e febre, depois a Mariana teve penumonia, com febre intermitente mesmo medicada,
chegando a 40,2º de febre, e nós sem nenhum recurso aqui em Cambé, tendo que
correr pra Londrina, com medo de uma convulsão; depois meu marido teve a crise
renal, fora de casa, internado em outra cidade, dias de dor sem alívio, onde
medicamento nenhum fazia efeito e nós na dependência de médicos mercenários que
nos viam com cifrões nos olhos... e no meio disso tudo, meus exames de tireóide
alterados, investigando a fundo mês passado, no ultrassom deu textura e tamanho
alterados, consistência anormal e dois nódulos, e a sensação de que tiraram o chão debaixo dos seus pés... não quero me alongar neste assunto, no momento
estou em tratamento e observação, hormônios, exames, entre outros procedimentos, e efeitos colaterais nada legais :(
|
via Google Images |
Avaliando daqui pra trás e pensando daqui pra frente...
Hoje me sinto mais segura, se eu precisasse ir embora daqui pra qualquer outro lugar, eu iria com uma postura, com um modo de agir e pensar muito diferente daquele que eu cheguei aqui. À partir desse ano as crianças vão estudar aqui em Cambé mesmo, a 2 quadras de casa, pra quem fazia 60 Km ou mais por dia pra ir e voltar da escola, tá bom né? Coisas tão óbvias e que a gente reluta tanto em enxergar, eu sou mestre em complicar o operacional da minha vida, sou metódica, organizada e complicada... mas tenho me policiado, colocado tudo no papel e aprendido a avaliar prioridades, isso tem me auxiliado muito nesse sentido.
Sou grata e hoje percebo que é importante ter parcerias, ter bons contatos e colegas de trabalho, mas não é tudo, a parte principal do meu trabalho sou eu e ninguém mais. Quem constrói um nome, uma marca, um público, é a gente mesmo, e com a ajuda desses parceiros, de mãos dadas, apenas consolidamos isso tudo. Antes eu achava que meu trabalho dependia disso, e hoje eu vejo que meu trabalho depende só de mim, com ou sem parcerias, eu sou Tays Rocha, e junto com a minha família, criei e trouxe o Atelier Mundo Country até aqui, por esses nove anos, ouvindo pessoas me dizerem que não dava pra viver disso e fazer disso uma profissão, que eu me arrependeria de engavetar meu diploma, e eu consegui, honestamente e com muito orgulho. E perceber isso foi libertador, em todos os sentidos, rompi o casulo que me prendia, que impedia meu voo, e que eu achava que era a minha proteção... a minha proteção, aquilo ao que eu mais me dediquei por anos e investi, na hora que eu mais precisei, não serviu de nada. Agora estou me arriscando em outros voos e os resultados não poderiam estar sendo melhores, grandes planos pra 2013!
|
via Google Images |
Se eu já reconhecia o valor da família, hoje reconheço ainda mais, sinto uma falta imensa deles, do meu pai, mães (rs), irmãos, sogros e da turma toda. Hoje dou o valor a cada convite pra almoçar ou tomar café que eu recusei quando estava pertinho, por preguiça, por priorizar outras coisas, por cansaço, por qualquer motivo. Aqui somos só nós, nós quatro e Deus, como eu costumo dizer... e claro os amigos... aprendi que bons amigos, podem ser tão importantes e necessários quanto uma família, e eu fui tão bem acolhida aqui, que nem sei como expressar isso pra vocês... Hoje, nossos amigos são a nossa família; até ontem passaríamos a virada de ano sozinhos, mas hoje já temos companhia e sei que até dia 31, sobrarão convites, estou cercada de pessoas boas, sensíveis, amigas de verdade, que por diversas vezes me ajudaram, estenderam a mão, fosse pra uma informação, pra me ouvir horas ao telefone, acalmar minhas angústias e meu choro, deixar sua vida de lado pra vir até minha casa servir de babá pros meus filhos (e ainda lavar minha louça)... fosse pra apoiar o meu trabalho, pra abrir as portas de suas casas, de seus ateliers, me oferecer trabalho, de confiarem em deixar seus filhos sob os meus cuidados, brincando com os meus. Isso tudo e muito mais, que daria um post à parte, me sinto abençoada por Deus, que colocou cada uma dessas pessoas no meu caminho.
|
via Google Images |
Estava com um sobrepeso imenso, me sentindo infeliz, frustrada, feia e incapaz... minha autoestima no chão, um desânimo imenso, uma decepção comigo mesma, nada do que eu vestisse me agradava; não porque estava gorda (e ainda estou... #tenso), mas porque eu me olhava no espelho e via a mais clara expressão da derrota pessoal, alguém que foi vencida por si mesma, que se entregou, que achou mais fácil buscar desculpas e dizer aos outros que estava bem assim, que se amava como era (papo furado) a ir atrás de resgatar a si mesma... E nem por vaidade, mas pelo mínimo de amor próprio e dignidade... emagreci no total 11,8 Kg em 90 dias, e... tive uma recaída meio drástica por esses dias e recuperei 4Kg, estou triste sim, meio decepcionada comigo mesma, mas vendo as coisas de outra forma agora, sei que posso e só depende de mim, desculpa de aleijado é muleta, e ponto final!
|
via Tumblr |
Esse ano decidi que na virada, na hora dos fogos, vou pedir... "Deus, por favor, desta vez o meu sem emoção..." porque não foi FASSIO, mas... sobrevivi e sobreviverei ao que vier, sou dessas... Ainda quero mudar muitas coisas na minha vida esse ano, mas tudo ao seu tempo, principalmente se isso for alterar de alguma forma a rotina dos meus filhos, nesse quesito sempre abri mão de mim e do que quero por eles, e tento ser a melhor mãe possível, posso esperar mais um pouco pra tomar algumas decisões na minha vida, eles em primeiro lugar sempre...
|
via Google Images |
Não tenham dúvidas que foi um ano difícil, sofrido, mas ao mesmo tempo muito bom, foi um ano de aprendizado, mudanças, amadurecimento e crescimento, foi um ano em que muitas das minhas verdades cairam por terra, foi um ano em que minha vida se descortinou diante dos meus olhos e eu tive que correr atrás do prejuízo e fazer virar lucro! Foi um ano duro, mas muito bom.. maturidade não vem de graça... Deixo meu muito obrigada para as minhas amigas queridas daqui: Valerie Roberto, Adriana Marangoni, Pat Canheti, Aninha Cavallari, Andréa de Dio, Giane Castello, Paloma Ferro, Mara Oliveira bem como a todos que nos receberam tão bem nesse norte, que de alguma forma nos ajudaram e participam da nossa rotina diária, e a vocês amigos, leitores, família virtual, que tantas vezes me ouviram, leram e me deram colo e apoio. E principalmente, a Deus, que em sua infinita bondade, nos protege, abençoa, cuida e nos ensina a viver melhor a cada dia, orientando nossos caminhos e colocando as pessoas certas pra seguirem conosco.
|
via Google Images |
Mais que um testamento, um relato, um desabafo, um incentivo pra quem possa estar precisando, compartilho porque me faz bem lembrar, reavaliar, dividir, registrar. De tempos em tempos leio essas postagens pessoais e me reavalio, e quando necessário, me reinvento, que seja um marco, pra que eu me anime e retome o blog...
Beijos ♥♥♥