quinta-feira, 13 de maio de 2010

Gestação e Toxoplasmose

A toxoplasmose é uma infecção causada pelo parasita Toxoplasma gondii. A transmissão ocorre através da ingestão de carne mal-passada, ou do contato com fezes de gatos contaminados. Outros animais domésticos, como cães ou pássaros, não transmitem o parasita, pois somente no gato o parasita completa seu ciclo evolutivo e torna-se capaz de infectar o homem.  As fezes dos gatos podem contaminar a terra e consequentemente os vegetais, verduras e legumes. Sintomas inespecíficos como febre, cansaço, dor de garganta e aumento dos linfonodos  (ínguas) podem ocorrer. A maioria dos adultos permanecem assintomáticos e na maioria dos casos, uma vez tendo adquirido a doença, a infecção não ocorre novamente.

Toxoplasma gondii
Um simples exame de sangue pode determinar se a pessoa já foi afetada. O ideal seria que as mulheres realizassem o exame antes da gestação. Se a infecção for diagnosticada durante a gestação, outros testes serão necessários para determinar se a infecção é recente ou não. 
Na gestante costuma-se solicitar exames para a detecção de dois tipos de anticorpos, o IgG e o IGM:
 
IgG é o marcador da imunidade ao parasita.
IgM é o marcador de infecção aguda pelo parasita.
As gestantes que têm anticorpos tipo IgG positivos têm imunidade para a doença.

O Toxoplasma gondii pode ser encontrado em carne crua ou mal cozida, ovos crus e leite não pasteurizado. Gatos que comem carne crua e roedores podem ser infectados, e o parasita permanece vivo nas fezes dos gatos por duas semanas. Desta forma, gestantes e mulheres que desejem engravidar não devem limpar ou trocar objetos com esses dejetos. Os ovos do parasita permanecem nas fezes dos gatos por 18 meses. 
Cuidados para evitar a infecção:

    - cozinhar bem a carne;

    - usar luvas quando mexer no jardim;

    - evitar o consumo de frutas e vegetais crus, ao consumir, lavar muito bem, deixando-os de molho;

    - lavar bem as mãos após manusear com carne crua, frutas e vegetais;

    - não mexer ou limpar as fezes dos gatos;

    - moscas e baratas podem transportar os cistos, mantenha esses bichinhos longe da sua casa e, principalmente, dos alimentos!


A toxoplasmose congênita ocorre apenas quando as mulheres apresentam a infecção ativa durante a gestação. Em geral, não há risco para o feto quando a infecção ocorre mais de 6 meses antes da gestação. Mulheres com algum grau de imunodeficiência podem desenvolver a doença mais de uma vez.

O parasita da toxoplasmose é conhecido por atravessar a placenta. Em cerca de 40% dos casos nos quais a gestante tem toxoplasmose, o bebê é infectado. As crianças que são infectadas durante a gestação apresentam toxoplasmose congênita. Algumas crianças com toxoplasmose congênita apresentarão problemas em órgãos como cérebro, olhos, coração, rins, fígado e baço. Os efeitos a longo prazo incluem convulsões, retardo mental, paralisia cerebral, surdez e cegueira. Muitas crianças infectadas não terão problemas ao nascimento, tudo depende da agressividade da infecção, do estado imunológico da mãe e da idade gestacional.



Quando a mãe é infectada entre 10 e 24 semanas de gestação, o risco de sequelas importantes para o recém-nascido é de 5 a 6 por cento. Quando a mãe é infectada em um período mais tardio da gestação, a chance de o bebê apresentar seqüelas é muito pequena.

Sabendo-se que a infecção da gestante é recente, há muitas formas de verificar se o feto foi afetado. O líquido que envolve o feto ou o sangue fetal podem ser examinados para determinar a presença da infecção, num exame chamado amniocentese. Entretanto, se o feto estiver infectado, estes exames não demonstram a gravidade da doença. Cerca de um terço dos bebês com toxoplasmose congênita apresentam problemas que podem ser diagnosticados pela ecografia. Após o nascimento, um exame de sangue deve ser realizado pelo bebê.

A toxoplasmose materna pode ser tratada com sucesso com determinados antibióticos. O diagnóstico precoce e o tratamento diminuem as chance de infecção fetal. Caso o bebê já tenha sido infectado, o tratamento com outras medicações podem tornar a doença menos severa. Entretanto, o tratamento pode não prevenir os efeitos no bebê. O tratamento durante o primeiro ano de vida pode ser muito útil.

Bebês com toxoplasmose congênita geralmente não apresentam nenhuma alteração ao nascimento. Ainda assim, estudos a longo prazo mostram que mais de 90 por cento desenvolvem problemas de cegueira, surdez, e retardo de desenvolvimento. Estes sintomas podem surgir meses ou anos após o nascimento. Por esta razão, crianças com toxoplasmose congênita devem ser tratadas durante o primeiro ano de vida e periodicamente examinadas.
Por isso a prevenção é tão importante!

Beijocas ♥

Um comentário:

Joana disse...

Oi, Tays
Tenho uma gatinha e sempre tive dúvidas em relação a essa doença. Como ainda não tive filhos, penso em fazer exames. Gostei muito do seu post.
Obrigada por compartilhar.
Beijinhos